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Desde sua primeira edição, o Femina realiza debates e encontros que reúnem convidados dos
meios cultural e intelectual para debaterem com o público questões relacionadas à igualdade e
relações de gênero, identidades, sexualidades, corpos, representações, direitos humanos,
feminismos, representatividade, entre outras temáticas pertinentes ao escopo do festival.

Esse ano, o Seminário Femina é realizado em parceria com o GENERIS – Grupo de Pesquisas
sobre Gênero, Sexualidades, Reprodução e suas Interseccionalidades, vinculado ao Programa de
Pós-Graduação em População, Território e Estatísticas Públicas da ENCE – Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE.

O GENERIS reúne estudos que abordam as relações de gênero e suas interseccionalidades a

partir de uma perspectiva sociodemográfica, envolvendo temas como fecundidade, reprodução,
identidades e sexualidades, fontes de dados e estatísticas públicas, representatividade, trabalho
produtivo e reprodutivo, educação, ciência e tecnologia, entre outros.

Programação do Seminário Femina 2023

Seminário 1 - Qua 13 dez 13h30

Fontes de Dados e Pesquisas em Gênero, Identidades e Sexualidades
Ao analisarmos a sociedade, percebemos que a diversidade é presente sob diversos aspectos.
Essa diversidade, expressa por meio das diferenças de gênero, raça, credos, orientação sexual
dentre outras tantas, muitas vezes resulta em desigualdades. Para compreender essa desigualdade
e pensar nas fragilidades e potências de cada grupo social, contamos com as informações
disponibilizadas por meio de pesquisas e indicadores sociais. No entanto, para alguns grupos,
devido à invisibilidade destes nas bases de dados populacionais oficiais, há carências de
indicadores que dificultam análises mais aprofundadas. Desse modo, o objetivo dessa mesa
redonda será lançar um olhar para as fontes de dados atualmente existentes no Brasil
relacionados a gênero, identidade de gênero e orientação sexual, com especial atenção para
mulheres, sexualidades e identidades de gênero dissidentes. Procuraremos apresentar o que há
atualmente disponível no que tange às bases de dados populacionais e refletir sobre as ausências
e fragilidades.

Participantes

Seminário 2 - Qui 14 dez 13h30

Desigualdades de Gênero no Trabalho, Ciências e Educação

As relações de gênero, os papeis desempenhados e esperados que homens e mulheres exerçam na

sociedade, atravessados ainda por distintos marcadores sociais como raça, classe, orientação

sexual, localidade de residência, deficiência, entre outros, condicionam escolhas e trajetórias que

podem restringir a participação das mulheres na esfera pública. Nesse sentido, a histórica divisão

sexual do trabalho e a sobrecarga de afazeres domésticos e de cuidados sob responsabilidade das

mulheres assumem importante papel de mantenedoras das desigualdades de gênero no acesso e

permanência das mulheres no mercado de trabalho, assim como nas carreiras universitárias de

maior prestígio e melhor remuneradas. Urge o entendimento do trabalho para além da ocupação

no mercado de trabalho, visibilizando, valorizando e compartilhando socialmente o trabalho não

remunerado reprodutivo, para o qual é imprescindível a elaboração de políticas públicas para

formação de redes de apoio institucional às mulheres, legislações protetivas e garantidoras de

equidade, com foco tanto nas fases mais vulneráveis do ciclo de vida familiar, quanto no que

tange à proteção social do grande número de mulheres em ocupações remuneradas de cuidados e

no trabalho doméstico, igualmente desvalorizados.

Participantes

Seminário 3 - Sex 15 dez 13h30

Estudando a violência contra mulheres: o desafio dos dados

Para a compreensão do perfil das vítimas e da dinâmica da violência contra as mulheres, em

especial no caso dos feminicídios, duas fontes de dados são comumente usadas nas pesquisas

acadêmicas sobre essa temática: os dados das Polícias Civis em cada Unidade da Federação; e os

dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), geridos e disponibilizados pelo

Ministério da Saúde. O debate sobre a qualidade e a confiabilidade dos dados produzidos pelas

forças de segurança é amplo e antigo nos estudos sobre violência e criminalidade no Brasil.  A

falta de um padrão nacional capaz de uniformizar a coleta ou minimizar as discrepâncias entre os

estados, além da inexistência de um sistema integrado, coordenado pela União, são os principais

desafios para a realização de pesquisas nesse campo. Além da divergência entre métodos, o

preenchimento incompleto de formulários muitas vezes impede a elaboração de estudos mais

aprofundados, que contribuiriam para a formulação de políticas públicas mais eficientes. Tendo

isso em vista, o objetivo da palestra é trazer uma reflexão acerca das potencialidades e limitações

no uso de cada uma dessas fontes, ressaltando os avanços obtidos nos últimos anos e lacunas

ainda existentes nesse campo.

Participantes

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Do dia 13 a 15 de Dezembro